quinta-feira, janeiro 12, 2012

"As moradias dos ricos, que nos olham desdenhosamente do alto das suas plataformas, entre palmeiras e bambus, protegidas pelas duas muralhas floridas, têm um vago aspecto de castelos encantados. As mais antigas, com arcarias cintradas e múltiplas colunas, cores adoçadas pela humidade e pelo bolor, fundem-se na estrutura das colinas circundantes. Mas as novas não beneficiaram ainda da doçura dada pelo tempo e pelas intempéries. Claras, nítidas, erguem-se com arrogância, brancas e cor-de-rosa, à luz ardente do sol."

Han Suyin, A colina da saudade Barcelona, Círculo de Leitores, 1973, pp.20-21
"E porque cortaram já tantas árvores, as encostas estãos nuas, e sob as chuvas de Verão grandes fragmentos de colina desapareceram levados pelas enxurradas. A rocha, nua, despida e queimada pelo sol decompõe-se e desfaz-se sob a pressão. Para assegurar a estabelidade duma casa é preciso construir-lhe a larga base piramidal de pedra ou betão. Estas estruturas maciças têm frequentemente a altura de dois ou três andares. A parte superior forma um terraço, pavimentado ou aproveitado para jardim, sobre o qual finalmente se constrói a casa. Um parapeito cicunda o terraço e suporta dúzias de grandes vasos com plantas, que variam coonforme as estações. Crisântemos e rinantos vermelhos no Outono, jarros, caladiums e dálias, hibiscos e poinsettias no Inverno, camélias na Primavera, cravinas, cravos e lírios no Verão."

Han Suyin, A colina da saudade, Barcelona, Círculo de Leitores, 1973, p.20

segunda-feira, janeiro 02, 2012

" - Vejo sempre as pessoas sob a forma de peixes - disse Tam, como se falasse para si próprio. - Os peixes torna-se estranhos, à força,de nadarem no seu aquário, separados do resto do mundo, não é verdade? Há-os de toda a espécie: os de tipo gregário, que se reunem, e temos como exemplo os peixes-voadores; os lutadores, ferozes como tigres, e igualmente estúpidos; e também alguns parecidos como estes, magníficos e raros,com enormes olhos de crisântemo e uma cauda que é manto de bruma. Algumas pessoas parecem-se parecem-se com estes peixes vermelhos. Isolam-se como eles, gradualmente tornam-se inacessíveis às legiões de medíocres, às hordas de imbecis. Ao abrigo dos assaltos da curiosidade, dos ataques da maledicência. desenvolvem-se no seio da solidão, fazem desabrochar estranhas flores mentais e pouco a pouco ficam completamente inadaptadas e incapazes de viver juntamente com os seus irmãos mais realistas."

Han Suyin, A colina da saudade, Barcelona, Círculo de Leitores, 1973, p.57

sexta-feira, dezembro 30, 2011

Feliz Navidad y próspero Año Nuevo 2012!!!

Suyin, Han
A colina da saudade, Barcelona, Círculo de Leitores, 1973.
"Por toda a parte se constrói. A população de Hong-kong quase triplicou; e os refugiados chegam da China à razão de dez mil por semana." Ouve-se dinamitar, perfurar, martelar dia e noite. As pacíficas colinas estão agora envolvidas em barulho e agitação humana. Os ricos levantam as suas moradias sobre as eminências, os outeiros e os cabeços que se erguem na parte alta da ilha. Antes de começar a construção é preciso, para atingir a projectada residência, abrir um caminho de acesso, profundamente cavado no flanco da colina. E para se obter uma superfície suficientemente plana para os alicerces é necessário decapitar o outeiro. Na zona das colinas o trabalho atinge o auge numa dúzia de sítios ao mesmo tempo. Dezenas de mulheres hakka, vestidas de negro, com a cabeça coberta por uma aba de palha sem copa, levam - processão de formigas - cesto após cesto cheio de terra. O cimo da colina é ruído pouco a pouco, e a terra aparece como uma mancha de ocre no coração da verde relva. Aqui e ali as mulheres amontoam massas cónicas de terra que ficam como longos dedos apontados para o céu. A altura serve para determinar a quantidade de terra transportada e fixar o salário. Para terminar nivelam o solo com os pés nus e compridos paus, e só depois se começam as fundações."

Han Suyin, A colina da saudade, Barcelona, Círculo de Leitores, 1973.

quinta-feira, dezembro 22, 2011

sexta-feira, março 11, 2011



"Alégrate de la vida porque ella te da la oportunidad de amar, de trabajar, de jugar y de mirar a las estrellas."
Henry Van Dyke, Escritor de cuentos, poeta y ensayista estadounidense

terça-feira, março 08, 2011


"O mundo não é nada. Aquilo que é importante, não esqueces nunca."

Sándor Marai, As velas ardem até ao fim, p.71

sábado, março 05, 2011


"Tudo o que é importante para uma pessoa, sabe-o sem aparelhos ou telefone."

Sándor Márai, As velas ardem até ao fim, p.68